sábado, 25 de junho de 2011

Nem sei...


Doce olhar...
Vago, reticente...
Infinitamente sonhador.
Por vezes, sofredor...

Para quem olho?
Para o espelho?Para a lua?
Para o horizonte de uma louca melancolia.
Para as montanhas, caladas, juntas e tão sozinhas!

Meus versos tão imprecisos...
Não são métricos, nem decassílabos.
Longe da perfeição técnica do Parnasianismo.
São vagos, reticentes  e profundamente indecisos!

Tenho um "doi doi" no coração,
que se chama paixão.
Se essa rua fosse minha,
se chamaria solidão...

Quem dera mandar ladrilhar com brilhantes,
para ver meu amor passar.

Vê-lo passar,
com um buquê de encantos nas mãos,
a me pedir com sofreguidão,
carinho, amor e atenção...
E a me ofertar,
compreensão, amor, afeto e perdão...

Há tanto amor dentro de mim!
Tanto, tanto!
Que nem sei o que dele é feito...
De tão intenso, de tão acalourado!
De tão acolhedor!

É vago, é reticente, é doce...
sonhador e profundamente amante...
Impreciso, só...
Mas que tanto te quer compartilhar!
                           ( e contigo estar)


domingo, 12 de junho de 2011

Colorido





Ê vida danada!
Que dá volta e meia.
E na meia volta,
enrolada esse meu brocardo.


Que doi a vista da gente,
quando avista o redemoinho.                           
Ora de águas claras.
Ora de águas turvas.
Sempre girando.
Água viva que grita!


Nos trilhos do trem.
No piuí do maquinista.
Nos vagões cheios de artista.
Deste  teatro chamado vida.
Lá vou eu, em cima da crista!

Essa vida é mesmo enrolada ( ou será eu??)
igual a novelo de lã.
que se enrosca nas garras do gato.
E vai dando nó.
Em cima do meu telhado.


É vida danada!
Do poeta ao saltibanco.
Da moça que chora o pranto.
Do padre que veste o manto.
Da beata que reza pro santo.
Lá vou eu, sentada num banco!


Vida danada que não se entende.
Num tumultuar de muita gente.
E no meio a criança que chora e geme.
Lá vou eu, com esta gente que sente...!




sábado, 4 de junho de 2011

Tempos da Psiquê




Sou incansável, romântica e pretérita!
Gosto do mais - que – prefeito.
Mas aí de mim!
Só conjugo no futuro do pretérito!

Sou amante, sou pulsante, sou errante!
O eros sempre é pedaço de mim.
Mas que fardo é este fato,
Ele sempre está a fugir de mim...!

Sou ardência, sou crepitada em fogo!
Danço para a nudez da lua.
Aconchego para a volúpia do sol.
E adormeço amando... na ludibriada escuridão...!

Sou toda poesia e comigo não há prosa!
Sou subjetiva e gosto do subjuntivo.
Não sou de convicção e ideias formatadas.
Sou idealista, utópica e bem antiquada!

Sou um fervor!
E que posso eu fazer?
Nada...ninguém muda minha essência.
Por isto conjugo no tempo que quiser!